As instituições financeiras são cada vez mais cuidadosas no que toca à concessão de créditos, inclusive no que toca ao crédito à habitação. Um dos critérios mais importantes na avaliação do perifl de risco dos clientes é da Taxa de Esforço.
Para que seja possível calcular a sua taxa de esforço, as instituições financeiras pedir-lhe-ão alguns documentos que retratem o seu histórico de consumo e rendimentos. Daí ser-lhe pedido que apresente os seus comprovativos de IRS e recibos de vencimento sempre que solicita um crédito.
Descubra o que é a taxa de esforço, porque é importante para os bancos e saiba como calculá-la para que não tenha surpresas no momento de receber a decisão do banco em relação à concessão do crédito.
Tabela de Conteúdos
O que é a Taxa de Esforço?
A taxa de esforço é uma medida que as instituições bancárias utilizam por forma a analisar o perfil de risco do cliente. Tem como objectivo perceber qual a relação entre o valor da prestação mensal que o cliente terá a pagar pelo crédito pedido e o rendimento total do agregado familiar.
Esta taxa é apresentada em percentagem e representa o peso que a prestação mensal de um dado crédito terá no rendimento total do agregado familiar.
Quanto maior for o peso da prestação mensal sobre o rendimento do agregado, maior será a taxa de esforço, o que significa que maior será a percentagem do rendimento do agregado que estará destinado ao pagamento da prestação mensal do crédito.
Por consequência, quanto maior for a percentagem do rendimento do agregado familiar destinado ao pagamento do crédito, menor será a percentagem do rendimento que estará disponível para fazer face às restantes despesas mensais e do dia-a-dia.
Quanto uma instituição bancária faz a análise do perfil de risco de um cliente, o objectivo é sempre o de garantir que os créditos são atribuídos apenas a quem o poderá pagar. Os bancos não têm nenhum interesse em conceder créditos a clientes que não terão possibilidades de o pagar uma vez que isto irá contribuir para o aumento do crédito malparado.
Assim, e de forma a evitar situações de sobreendividamento, no caso dos créditos à habitação, muitos bancos não permitem que a taxa de esforço seja superior a 40% e, idealmente, não deverá ser superior a 33%. Isto significa que, no caso de um crédito à habitação, a prestação mensal não deverá ser superior a um terço do rendimento total do agregado familiar.
Como é que ela é calculada?
Para fazer um melhor planeamento das suas finanças pessoas para evitar que os créditos as desequilibrem, é imprescindível aprender como é que se calcula a taxa de esforço.
Assim, poderá fazer também o cálculo inverso e descobrir, sabendo que a taxa de esforço não deverá ser superior a 33%, qual é o valor mensal máximo que tem disponível para o pagamento da prestação do crédito ao banco.
Ao fazer o cálculo inverso àquele que é feito aquando da simulação do crédito à habitação, saberá qual o valor máximo do imóvel que deverá comprar para que a sua taxa de esforço não seja superior aos 33% recomendados. Isto irá aumentar a probabilidade do seu pedido de crédito ser aceite.
Antes de partirmos para como se calcula a taxa de esforço, é preciso saber que despesas são incluídas neste cálculo e quais é que não são.
O cálculo da taxa de esforço não inclui despesas mensais referentes a eletricidade, água, gás e telecomunicações mas, por outro lado, se não possuir um crédito à habitação e estiver a pagar por uma casa arrendada, o valor da renda é incluído nas despesas com encargos financeiros.
De uma forma simples, para calcular a sua taxa de esforço só precisa de utilizar a seguinte fórmula:
Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100
Caso queira fazer uma simulação mais completa da sua taxa de esforço, poderá fazê-lo aqui.
Há alguma coisa que eu possa fazer para a melhorar?
Quando a taxa de esforço é muito elevada, isso significa que uma parte demasiado grande do rendimento do agregado familiar será alocada ao pagamento da prestação do crédito em questão.
Uma vez que a taxa de esforço representa a relação entre o rendimento do agregado familiar e as despesas com prestações de crédito, só há duas maneiras de melhorar a taxa de esforço: ou aumentando o rendimento disponível ou reduzindo as despesas com os créditos.
De forma a aumentar o rendimento disponível do agregado familiar podem ser equacionadas soluções como rentabilizar um hobby ou interesse (tais como a fotografia ou passeio de cães) ou procurar um emprego com um salário mais elevado.
Para reduzir as despesas com créditos poderá negociar com o banco de forma a baixar o spread, prolongar o prazo do empréstimo ou até usar dinheiro de poupanças para amortizar o crédito.
Também poderá optar por transferir o seu crédito para outra instituição bancária que lhe ofereça melhor condições (mais comum nos crédito à habitação) ou, se possuir diversos créditos, poderá avaliar a hipótese de consolidar todos os seus créditos num só.
Conclusão
De forma muito simples, quanto mais baixa for a sua taxa de esforço, mais provável é que não venha a falhar nenhum pagamento ao banco e, consequentemente, maior será a probabilidade do banco aprovar o seu pedido de crédito.
Assim, as suas finanças pessoais estarão mais equilibradas já que, depois de fazer face às despesas do dia-a-dia ainda lhe sobrará dinheiro ao final do mês para construir uma poupança ou fazer face a despesas inesperadas.
Em termos gerais, para que as suas contas estejam equilibradas, a sua taxa de esforço não deverá ultrapassar os 33%, ou seja, um terço do rendimento total to agregado familiar.